Em março de 2024, a ANCAV dava a conhecer, no Hotel Villa Batalha, a certificação “Peça Verde”. A associação regressou ao mesmo local para celebrar a acreditação dos primeiros Centros Autorizados, num evento acompanhado pelo Jornal das Oficinas
A sessão abriu com a intervenção de Vítor Pereira, presidente da ANCAV, que agradeceu a presença de todos, sublinhando a importância deste momento para o setor. No arranque, fez um enquadramento do Projeto Peça Verde, recordando os objetivos e os critérios que orientam a certificação. “Queremos aumentar a confiança e a credibilidade. O setor tem vindo a mudar, há mais qualidade, mais rigor e transparência. Acreditamos muito neste projeto”, afirmou Vítor Pereira, sublinhando que a certificação garante um processo “transparente, rastreável e sustentável”.
Após a intervenção inicial, o evento avançou para o momento mais aguardado: a apresentação oficial dos primeiros Centros Autorizados Peça Verde, que marcam a entrada do projeto numa nova fase de implementação no terreno. No total, foram anunciados nove centros — Ambiponto, Gonçalo & Simão, Difapauto, Jesus & Baptista, Megapeças, NORSIDER, Ruisilauto, S.V.P Auto e Servcarros.
Seguiu-se a assinatura dos protocolos de colaboração entre a ANCAV e diversas entidades que se associaram ao projeto, entre as quais a ATENA Software, B-Parts, VALORCAR, ANECRA e o ACP. Estas parcerias vão permitir reforçar o caráter transversal da iniciativa, aproximando-a das áreas tecnológica, ambiental e institucional.
O programa prosseguiu com a primeira mesa redonda, “Peça Verde – Da digitalização até ao terreno”. Luís Vieira, administrador da B-Parts, destacou a relevância deste projeto: “Este processo vem trazer aquilo que estava a faltar: a transparência”.
Daniel Dias, CEO da Atena Software, reconheceu o esforço envolvido na implementação: “Foi um caminho duro, o culminar de muito trabalho. Isto vai exigir mais dos centros de abate, mas será essencial para garantir que tudo está a ser cumprido”.
Já Tiago Ribeiro, Business Development Manager da Solera Portugal, apontou um dos desafios principais do mercado: “Quando falamos em credibilidade e segurança, o maior desafio é a identificação correta de uma peça. Quando solicitarmos peças verdes, já teremos toda a informação necessária”, no entanto, “cada peça é uma peça e o stock é dinâmico”.
A segunda mesa redonda, “Peça Verde – Cooperação institucional”, juntou representantes do ACP, VALORCAR, ANECRA e da ANCAV. Roberto Gaspar, secretário-geral da ANECRA, começou por sublinhar o alinhamento da associação com esta iniciativa: “Este projeto é extremamente valorizado por nós. Defendemos um setor credível, sério e transparente”.
Sobre a importância da sensibilização para estes temas, explicou que: “A União Europeia vai ter uma nova regulamentação que dará ainda mais força a este projeto. Em todos os eventos que fazemos anualmente, a sustentabilidade está sempre presente”.
Do lado do ACP, Bruno Gomes, responsável de ambiente e sustentabilidade, reforçou a importância dos incentivos fiscais: “Achamos importante a “fiscalidade verde”, olhar para uma peça reutilizada e aplicar um IVA mais reduzido, incentivando a utilização privilegiada deste tipo de solução”.
Na visão da VALORCAR, José Amaral, diretor operacional, referiu que a iniciativa “representa um farol das melhores práticas, desde a componente ambiental até à digitalização”, devendo ser “alargada a mais centros”. E, acrescentou: “Nos últimos cinco anos temos apostado na formação dos centros de abate. Achamos que o maior contributo vai passar por aqui: através da capacitação das empresas”.
A sessão contou também com a participação de Mafalda Mota, Chefe da Divisão de Fluxo de Resíduos e Mercado da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, que interveio por videoconferência e reforçou a importância de projetos como este no avanço da economia circular.
No seguimento do evento, o Jornal das Oficinas esteve à conversa com Vítor Pereira, Presidente da ANCAV, assista aqui.
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